Palavra que já tinha saudades. Não sabia que esta forma de convívio tecnologicamente mediado pudesse ser tão gratificante. Quase um vício. O interregno dos dias que passaram fez-me perceber que isto é, afinal, muito mais pessoal do que algum dia fui capaz de supor. Apesar da impessoalidade do meio utilizado. E a despeito de, no final de contas, tudo se resumir a meia dúzia de observações e um número idêntico de ideias postas a circular.
Um vício bom, em suma. Que retomo com gosto. Que já me andava a fazer falta.
Devo dizer, aliás, que me senti várias vezes tentado a interromper a trégua natalícia que me impus. Devem ter reparado, com certeza. Gostemos ou não, ele há sempre gente que nem no Natal consegue dar descanso à nossa paciência. Como o ex-senhor ministro da República. Como o cavalheiro que faz de conta que governa com o título lustroso de vice, de muita pompa e escassa ou nula substância. Ou como o eterno dr. Jardim que nunca perde uma oportunidade de alardear a visão cínica que tem da política.
Foi assim. O senhor conselheiro Diniz teve o atrevimento de dar uma ilegítima reprimenda pública a um legítimo representante do povo desta Região. O inenarrável vice fez o favor de sacar do inesgotável bornal do disparate mais uma das suas pérolas quinzenais. E o nosso senhor presidente entendeu dever criticar Cavaco Silva por este ter cometido o trágico erro de levar muito a sério e demasiado longe uma (imagine-se!) singela questão de princípio.
Comecemos então pelo princípio. O senhor representante nomeado não gostou que o líder do PP tivesse levantado a voz para exigir um veto ao famigerado jackpot com que a maioria parlamentar agraciou os partidos políticos madeirenses. Um desaforo, terá pensado sua excelência. Um deputadozeco, ainda por cima eleito, ainda por cima de um partido minoritário, a fazer política à custa da sua excelsa função e da sua soberaníssima vontade? Que impertinência! Leva uma rabecada e pronto, que assim pode ser que se emende. Valeu na circunstância que o líder do PP lhe respondeu à letra. Mas não deixa de ser inquietante verificar a pesporrência com que um servidor público (eufemismo de "funcionário") de legitimidade nomeada acha que pode tratar um político eleito. Para já não falar da desproporcionada parcialidade com que sua excelência se encolhe perante as diatribes da maioria e se empertiga cada vez que ousam falar as várias minorias. A culpa, claro, também é delas. Tanto defenderam a necessidade de um ministro ou de um representante da República que acabou por lhes sair na rifa um mal disfarçado compincha do poder político regional. Aguentem-no, pois. Mas, já agora, aprendam e reflictam. Esta figura esquisita, que não é carne nem peixe, com ar de tutor e vocação de mestre-escola, não tem razão de ser. É político, mas não é político. E tão conveniente hibridismo confere-lhe uma prerrogativa que nenhum outro político tem: é praticamente inamovível. Coisa notável, não acham?
Fale-se agora do dr. Cunha. Eu às vezes fico sem saber se o homem goza connosco ou se está mesmo convencido das barbaridades que diz. Vejam como lhe dou o benefício da dúvida. Ora acontece que alguém lhe terá dito que há uma relação qualquer entre o crescimento económico e o consumo de energia. Pois bem, o vice não quis saber de mais nada. Chamou o dr. Rebelo, que era para ser secretário das Finanças mas que preferiu dirigir a EEM que o dr. Cunha faz questão de dizer que tutela. Pediu-lhe os mapas do consumo. Constatou que os gráficos subiam. E, num êxtase, descobriu que a economia da Madeira cresce de tal modo que qualquer dia nem cabe na exiguidade da ilha. Acudam-nos, por favor. Isto já começa a roçar ou a indigência ou a insanidade. E não há uma alma caridosa que pergunte a esta gente quem são os principais consumidores de energia da terra. Da mesma forma que ninguém se dá à maçada de perguntar à EEM do dr. Rebelo, e que o dr. Cunha orgulhosamente tutela, o número dos consumidores em dívida, a identidade dos caloteiros públicos, e o cálculo estimado dos desperdícios. Mas isso, é claro, há-de ser coisa que se calhar não interessa...
E a finalizar, o dr. Jardim. Poucas linhas. As suficientes para lembrar apenas o comentário feito pelo homem de convicções e princípios que é o nosso presidente à forma como Cavaco Silva lidou com o problema das evidentes inconstitucionalidades do Estatuto dos Açores. O presidente da República deu demasiada importância à questão, sentenciou o dr. Jardim. E por aí se ficou, como se para si fosse errado dar importância às questões de princípio. Cada um está na política como pode. Ora, pelos vistos, o dr. Jardim só pode assim. Para ele não há princípios. Só há oportunidades. Obrigado pelo esclarecimento, senhor presidente. E, já agora, veja lá se é capaz de fazer qualquer coisa para que possamos ter todos um bom ano novo.
Bernardino da Purificação
9 comentários:
Bem vindo caro Bernardino. Garanto-lhe que a falta que sentiu não foi inferior à nossa.
Então o nosso brilhante anfitrião preocupado com a reconhecida insanidade do Dr. Cunha ?
Olhe eu vou mais longe dado que começo a preocupar-me a sério com a possivel insanidade de todos nós.
Não sou alarmista nem tampouco paladino da desgraça, porém começo a preocupar-me a sério com a passividade de todos nós.
A titulo quase de brincadeira, comentamos que o heliporto do Porto
Moniz não funciona, uma obra com custo equivalente a cerca de setenta moradias habitacionais, tão necessárias naquele pobre concelho. O seu parque empresarial, idem idem. Pois o Senhor Vice, não tem quaisquer explicações, mais pior, nós não as pedimos, digo exigimos.
A celebérrima Marina do Lugal de Baixo, foi vendida ? O contrato onde está ? É verdade que na ultima semana natalicia, a mesma foi uma vez mais gravemente danificada ? Os tapumes colocados no seu perimetro, têm a mesma finalidade dos alegados contratos da sua venda. Não são para os olhos do povo ?
Que transparencia de actuação ?
Depois armados em eruditos e superiores, lá do alto da sua cátedra, ainda contam histórias escarnio e mal dizer do Sr. Mugabe.
Caros Amigos, até quando iremos suportar esta situação ?
Pois é Bernardino, não lhe disse que há tréguas que não se fazem? O Dr. Cunha realmnte anda, em vez de governar como lhe competia, a gerir a imagem nos media. Não é porém de estranhar dado que o Chefe da capoeira tem igual comportamento. Há de chegar o dia em ambos dirão que estiveram convencidos de estar a governar bem dado que - tal como Dias Loureiro - não sabem de contabilidade.Cuidem-se jovens das "Sociedades de Endividamento"... ninguém vos aceitará a desculpa de que obedeceram a ordens. Então nos vossos cursos não aprederam, logo a abrir, que a escassez de recursos é uma realidade?
Pois é meus amigos. O nosso Bernardino encontra-se pleno de razão, o Sr. Vice não pesca mesmo, senão obviamente em proveito proprio, e ambos os comentaristas reconhecem da total inabilidade do dito.
Que fazer ?
Aguardar por mais um milagre de Nossa Senhora de Fátima ?
Temos todos de nos consciencializar, que a situação regional apresentada por este governo, conjugada com a crise internacional, obriga-nos a agir.
Muito antes que seja tarde...!
Faço minhas as palavras dos comentaristas antecedentes e digo mais, a existir justiça, há que questionar ao povo Madeirense, o que espera relativamente a esta leviana e quiçá criminosa gestão das nossas finanças, por parte da Vice-Presidencia do GR da RAM
Realmente se é verdade que o nivel de desenvolvimente se afere pelo consumo de energia electrica, está tudo explicado. Basta verificar o consumo de energia dos famosos parques empresariais, da popularissima marina, dos inumeros estabelecimentos de comes e bebes promovidos pelas criminosas sociedades de desenvolvimento, do heliporto (aquele que só pode ser utilizados por galináceos e outras aves de pequeno porte) etc. etc. É verdade e o teleférico para o Ilhéu da Cal, o qual felizmente ainda não foi construído.
E esta criatura ainda continua a governar-nos. Socorro...onde pára o Dr. Saturnino ?
Realmente Amigo Bernardino (permita-me o trato, atento à afinidade que nos une, o Bem dos Madeirenses)porque não fazer melhor ?.
Todos conhecemos a comunicação social que prolifera nesta Ilha do Império.
Todos conhecemos a gestão de interesses que fundamenta a gestão do JM, e os rios de dinheiros desencaminhados nesta gestão criminosa.
Mas também todos sabemos dos interesses que o Sr. Dr. José Camara, como legitimo representante do DN-Madeira, tem nas sociedades de endividamento criminoso do Sr. Cunha e Silva. Como é que o mesmo venderia computadores e programas milionários, não existissem estes reconhecidos interesses ?
Haja vergonha e respeito para tornar público esta panóplia de interesses mais que criminosos.
Até já perdemos o interesse do MP em criar o DIAP, há tanto tempo reivindicado por todos aqueles que anseiam a chegada da boa justiça a esta Região.
Já estou como um dos Colegas Comentarista, afinal se não vem o DIAP, virá o Dr. Saturnino ?
Nós Egregios Ilhéus, seguramente não merecemos o presente trato, com que a Vice-Presidencia nos presenteia !
Convictamente, porque esperamos ?
De quem falam, é que resido na Madeira, desde meados do ano de 2003, e nunca ouvi dizer ques esta Região de Portugal, também era governada por um Vice-Presidente, muito menos com esse alegado nome de Cunha da Silva.
Estou cansado dos Vossos artigos e comentários idiotas e proprios de pessoas de mau caracter.
Face à vossa evidente iletratura politica, não vislumbro do vosso reconhecimento à minha obra dedicada à Madeira e à "Edifer", a actual menina dos meus olhos, pelo que prometo meditar sobre a minha breve renuncia, atendendo à Vossa inclassificavel e reconheçamos ordinária forma de reconhecimento, por quem tem feito por tanto enriquecer a sua conta pessoal.
Grandes ingratos...adeus!
Hà poucos minutos na RTP-Madeira, o Dr. Luigi Valle, com a excelencia e o rigor da palavra que todos lhe reconhecemos, afirmou que o Grupo Pestana, seu representado, não assinou nenhum contrato de compra da famigerada Marina do Lugar de Baixo.
Na mesma altura, uma criatura intitulada de Presidente da Sociedade de Endividamento da Zona Oeste (a qual aparentava notórios sinais de demencia mental), afirmou que o sobredito contrato encontrava-se consensualizado, faltando somente umas ARESTAS.
Hà sete meses a esta data, a Vice-Presidencia, vangloriava-se de ter vendido a dita Marina que lhes havia custado quarenta e oito milhões de euros, ao Grupo Pestana, pelo valor global de vinte milhões de euros.
Desculpem-me mas isto ultrapassa a insanidade das criaturas em questão...por favor chamem-nos de imediato o Comissário Pimenta, o Procurador Merceeiro (ou fazendeiro...?) e a Doutora Maria José Morgado.
SOCORRO internacional, existem mentirosos nesta Ilha, que se dedicam à gatonagem e à aldrabice.
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