O presidente do governo regional regressa hoje à Madeira. Calculo que venha atrapalhado. Quis ser recebido pelo presidente do país que visitou, mas o mais perto que esteve da concretização desse desejo foi a mercê da reunião que lhe concedeu um vice-ministro qualquer. Será porventura exagero falar de humilhação. Porém, ninguém há-de ter duvidas de que estamos perante um revés político de monta.
Já aqui escrevi que não tenho a mais pequena dúvida de que o tratamento dispensado a Jardim há-de ter muito a ver com o estado das relações que este mantém com o primeiro-ministro Sócrates. O facto, aliás, percebe-se desde logo pela forma como foram evoluindo, ao longo da visita à Venezuela, as referências do presidente do governo ao governo central. Enquanto ainda acalentava a esperança de poder encontrar-se com Chávez, Jardim optou pelo seu lado contido e prudente: limitou-se a dizer que não é seu hábito levar para o estrangeiro as suas querelas políticas domésticas. Mas mal se esfumaram as esperanças de um encontro com o presidente(precisamente ontem), lá tivemos de volta o Jardim do costume: um político obcecado com as suas eternas querelas domésticas, mesmo estando no estrangeiro; e pronto como sempre a dar conta do agudo entendimento que tem de que o governo central não passa de uma cambada de ladrões apostados em roubar a Madeira e os madeirenses. É assim a política à moda de Jardim: se lhe fazem a vontade, ele faz por se portar bem; se lhe recusam os caprichos a que julga ter direito, aguentem-se que vai disto. O zequinha das anedotas não agiria certamente de forma diferente.
É claro que considero o episódio preocupante. Não gosto de saber que na Venezuela se deu a um conselheiro de Estado português um estatuto protocolar abaixo de ministro, ainda que tenha presente que o conselheiro de Estado em questão tem pouco apreço institucional e nenhum apreço político por essa função. Da mesma forma, incomoda-me o eventual significado simbólico do desdém com que o dr. Jardim foi tratado.
Sem pretender ser tremendista, observo que a Madeira vai estando cada vez mais isolada e estigmatizada a nível nacional, mercê da conduta pessoal e política do dr. Jardim. E registo com preocupação o facto de essa conduta poder conduzir a relações de indesejável frieza com as autoridades políticas dos países de adopção de centenas de milhar de madeirenses.
Não quer isto dizer que se deva exigir ao dr. Jardim que simpatize com o conceito de "autonomia tranquila" que certas cliques políticas nacionais pretendem impor à Madeira. Nada disso. Eu próprio, aliás, subscrevo o entendimento de que a autonomia há-de fazer-se sempre na tensão permanente com o poder central. Só que uma coisa é a dialéctica política mais ou menos acalorada decorrente dessa tensão. Outra bem diferente é a boçalidade travestida de discurso político. Enquanto isto não se entender, receio bem que a Madeira possa caminhar no sentido de um isolamento que há-de ser proporcional à desconsideração com que os seus representantes políticos são tratados. E, por este andar, não me admirava nada que o homem providencial, que o dr. Jardim julga ser para a Madeira e para os madeirenses, venha de Caracas com a percepção de que já não é solução de coisa nenhuma, mas sim um problema que nem ele próprio sabe como resolver. As eternas fugas para a frente esbarram por vezes em dramas pessoais e parodoxos assim.
Bernardino da Purificação
8 comentários:
O DR. AJJ, por força da legitimidde popular representa o povo da R.A.M.
O Dr. Hugo Chavez Frias, por igual força atrás referida, representa a República Bolivariana da Venezuela (cujo território, é pelo menos...qualquer muito superior...!)
Conhecendo da "existencia" em teritório nacional do Tal de AJJ, de imediato, enviou-lhe o seu "supeiro" de maior confiança, presenteando-o com a "carne manchaga", "carajota negra",platano e outros "regalos" gastronomicos.
É evidente que depois desta forma de bem receber o tal de AJJ, ainda existem uns tais fundamentalistas da OPOSIÇÃO que pensam ter feito melhor, caso tivessem sido convidados para o efeito...!
Falta de agradecimento....!
Este Sr. Bernardino não se enxerga certamente. Então que pretende, que o o nosso Querido e Estimável, Dr. Alberto João, o maior dos maiores, esperasse a vida e mais metade para ser recebido por esse tal de Chaves, um impositor que dizem não perceber nada de democracia.
E o nosso querido e idolatrado AJJ, qual a sua culpa de o dito de Chaves, tratar-se de um homem desconhecedor do protocolo e mal educado.
Eu e ntendo que na RAM existam opositores ao nosso Querido e Venerando Presidente, mas haja vergonha, então o AJJ não é de "per si" justificação para esse tal Chaves, levantar o rabinho do Miraflores e fazer-lhe companhia e quiçá guarda costas...?
Os Madeirenses e os Portugueses somente depois da possivel demencia grave ou morte do nosso Grande Chefe,entenderão a sua efectiva falta...!
Até lá, haja paciencia para tanta falta de reconhecimento...!
O Dr. Alberto João, finalmente recebeu na Venezuela o reconhecimento merecido...ZERO
Os Madeirenses a partir de agora verifiquem o "capital politico" do seu Presidente.
Neste momento, vale menos que um "Pabellon Venozelano", para osmenos sabedores gastronomicos, trata-se de um prato preferido pelos Broncos, que adoram enxer o "cesto"...!
Mais palavras para quê...?
O Chaves é o que é...!
E o Dr. Jardim, é efectivamente o que é.
O Chavez diz respeitar os principios elementares de um estado de direito.
O Dr. Jardim, tanbém argui a sua faceta de democrata.Rotula dos nomes mais pronograficos todos aqueles que considera opositores.
Pior, considera de ignorantess todos aqueles que legitima e democraticamente questionam as suas decisões.
Face ao atrás exposto, não será verdade que o Dr. Jardim, no minimo encontra-se totalmente arreadado da realidade social e politica que se vive hà longos anos a esta data ?
Deixem-no viajar, mas retirem-lhe a legitimidade da sua alegada representatividade. É que nem todos nós, sofremos do alzeimar...!
O 1º Ministro é o que é.
Foi magnificamente recebido pelo Presidente Chaves, hà um mês na Venezuela.
o Dr. Jardim, esteve agora uma semana na Venezuela e somente foi recebido por um Vice de um dos Ministros de Chavez.
Quando é que os Madeirenses tratam o Dr. Jardim, como Chavez o tratou ?
Ou será que a maxima biblica é adaptavel à presente circunstancia, ou seja "Quem se exalta será humilhado ...! E ELE que tanto se exalta e se exaltou (até se comparou ao BOND, JAMES). será segura e severamente humilhado, ou então a justiça divina, não passará jamais de uma uma mal cheirosa justiça Albertina.
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