sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A rebendita

Convenhamos. O dr. Jardim merece que lhe coloquem dificuldades atrás de dificuldades. A prepotência que já não consegue esconder está mesmo a pedir que lhe batam sistematicamente o pé. A insolência convencida e tola com que gosta de aviar receitas governativas aos outros, como se pertencesse ao escol dos governantes de verdade, só merece como resposta o prazer da contradita. O maquiavelismo de trazer por casa de que gosta de fazer alarde até parece que reclama resposta equivalente. E o modo arrogante com que trata os súbditos já há muito que pedincha o tormento da humilhação pública.
O pensamento é pouco cristão. Não me custa admitir que sim. Porém, compreenda-se: não se dá a outra face a quem passa a vida a agredir. E não se deve tratar com indulgência quem parece já ter perdido por completo a noção dos limites.
Mutatis mutandis, até porque um é histriónico enquanto o outro é sonso ou contido, coisa semelhante pode dizer-se do dr. Cunha. Ao esbanjamento politicamente delituoso que não se cansa de dar mostras (partindo do princípio de que só existe esse) sou capaz de jurar que apetece contrapor um quadro de penúria. À forma como abusa do poder só para perseguir os seus ódios de estimação é capaz de dar algum gozo apontar a suprema evidência do seu incompetente desgoverno. Ao voluntarismo idiota que pariu marinas destruídas, parques vazios, promenades sem uso e em permanente conserto, e outras coisas quejandas que só serviram para nos gastar a paciência e os recursos, apetece dizer que já basta de megalomania, já chega de desvario. E à forma politicamente cobarde como agora se esconde atrás das Sociedades de Desenvolvimento é imperioso que se diga que a falta de pudor tem limites.
Dito tudo isto, impõe-se uma explicação. A prosa precedente foi motivada pelo chumbo dado pelo PS na Assembleia da República à alteração da Lei de Finanças Regionais.
Ora, acontece que tenho a ideia de que os deputados socialistas fizeram assentar o seu chumbo em argumentos semelhantes aos acima expostos. Que são tudo menos políticos. E tão falhos de racionalidade como cheios de desejo de ajuste de contas. Ora, isso parece-me ser coisa de pouco aviso.
Não é que considere que a lei em vigor asfixia as finanças da Madeira. Não é isso. Entendo, aliás, que aquilo que verdadeiramente asfixia a Madeira é a incompetência governativa, o despesismo sem freio nos dentes, a ausência de critério na selecção das prioridades, a roda livre, em suma, em que andam o nosso presente e futuro ao sabor dos caprichos do dr. Jardim e do dr. Cunha. Considero, porém, que é errado fazer assentar as transferências financeiras do estado central num PIB que se sabe ser irreal e empolado.
É claro que sei que os culpados da graça foram os dois sobreditos senhores. Se não se tivessem apresentado em Bruxelas com um PIB de fantasia, o Terreiro do Paço nunca teria a lata de fazer de conta que somos uma região rica. E se não tivessem sobreposto o despudor da propaganda à iniludível realidade da nossa vida, a esta hora ninguém teria tido o atrevimento de desconsiderar a pobreza relativa que ainda evidenciamos. Nem em Bruxelas, nem em Lisboa.
Não têm, portanto, legitimidade moral para reclamar aqueles que conscientemente nos empurraram para um prejuízo objectivo de várias centenas de milhões de euros. Não posso, todavia, deixar de notar que me parece mal que o partido que mais tem denunciado o empolamento do PIB da Região tenha sido capaz de impedir a revogação de uma lei errada porque assenta em pressupostos também eles errados. Fico com a ideia de que o PS caiu no engano lançado por Jardim. Votou, de rebendita, contra o ditadorzeco que nos governa, sem perceber que quem estava em causa eram (e são sempre) os madeirenses. E assim o dito cujo ganhou fôlego.
Bernardino da Purificação

13 comentários:

amsf disse...

Houve tempo em que o fôlego do sr. AJJ era-lhe positivo. Neste momento quem lhe der fôlego esta-lhe a dar corda para enforcar-se.

Anônimo disse...

SUBSCREVO NA INTEGRA O QUE AQUI FICOU ESCRITO. OS COBARDOLAS QUE NOS GOVERNAM NA HORA DA VERDADE METEM O RABINHO ENTRE PERNAS E FOGEM. ACRESCENTO APENAS QUE, AOS DOIS CITADOS DRS.JARDIM E CUNHA, FALTA ACRESCENTAR O DR. (A)VENTURA GARCÊS POIS A ESSE COLA-LHE UMA LICENCIATURA NA AREA, ACTUALMENTE MAIS CONTROVERSA, DA ECONOMIA. SERÁ QUE VAMOS ASSISTIR A JARDIM E CUNHA DIZENDO QUE NUNCA O GARCÊS LHES DISSERA QUE ANDAVAM MAL? ADMIREM-SE NA HORA DA AFLIÇÃO VALE TUDO. NÃO ESCREVI VALE AZEVEDO...

Anônimo disse...

bem escrito.
de facto, o ps, ao agir assim, só ajuda ajj.

Anônimo disse...

Convenhamos que o PS ao agir como agiu, obviamente ajudou e muito AJJ. Porém, antes de ter ajudado AJJ o PS ajudou-se a si proprio, dado que a posição assumida contra o AJJ, valeu-lhe muitos e bons votos na metropole.
Pois é a velha história, quem se lixa é o mexilão, leia-se madeirenses.

Anônimo disse...

Pois é, AJJ deleita-se no meio do seu despotismo, João Banana anda atarefadissimo com os resultados dos sacos azuis das suas sociedades de desenvolvimento e dos lucros da Edifer-Madeira, e extraterrestre do Aventura (gostei de nome)está terminando a empreitada do seu segundo palácio, mesmo encostado ao Sé (coincidencia...?) que mal lhe dá tempo para aprender a falar português.

E nós...bem nós, branda e civilizadamente escrevemos estas coisinhas.

Anônimo disse...

Obviamente que o dito palácio está encostado ao SÁ e não ao Sé

Anônimo disse...

É só negociatas !

É a quinta escuna, negócio representado por um Nóbrega, ao que dizem especialista em estupfacientes e acérrimo defensor dos casamentos "Gay".

É o negócio dos lixos, adquirido pelo Dr. Sousa e Sr. Avelino .

E o pior, mas mesmo o pior, é o cuitado do Machado, o qual vê passar estes negócios todos, limitando-se a ganhar uns míseros vinte e cinco por cento em cada um.

Há pessoas que realmente podem queixar-se de falta de sorte na vida.

É cada injustiça...né Machado...?

Anônimo disse...

Não me digam que digam que andar a tratar mal o Machadinho. Que maldade !

É por isso que o triste perdeu aquele ar simpático de bébé chorão, com aquele sorriso maroto com que nos presenteava, quando andava de passeio mais os seus amigos, Lino da Nau e Coelho o deputado. Ai sempre que os via, vinha-me logo à memória aquele romance brasileiro - Dona Flôr e seus dois maridos.

Anônimo disse...

Indiquem-me quais as propostas do GR da RAM, para combater a actual crise ?

Pois é, falar de autonomia é bonito e dá votos (e até milhões, conforme todos sabem ou pelo menos imaginam), o pior é sustentar essa ideologia. Realmente para sair do virtual e entrar no real, torna-se necessário intervir com o minimo de discernimento e inteligencia.

Contudo, os nossos artistas, obviamente que preferem falar de autonomia, quando efectivamente, se querem ser autónomos, tinham no minimo que demonstrar que têm capacidade para aconselhar alternativas ao actual quadro financeiro existente,ajudando assim o nosso diminuido Vice-Presidente, o qual possivelmente por ordens médicas, prefere elaborar artigos de ruinosa gramática e de conteúdo ininteligivel, de forma a tornar público o seu reconhecido analfabetismo, complementado com a sua preocupante esclerose.

Tenham paciencia dos Madeirenses.

Anônimo disse...

O Dr. Cunha agora desvaloriza os desvario despesista com o argumento de tem obra feita. O homem endoidou, não se importa de gastar 1.000 onde até 100 era demais. Pudera ele deixa para os outros pagarem! O Chefe, mais cobardola ainda, nem fala do assunto. Isto está bonito. Olá se está.

Anônimo disse...

Hoje o inegavel João Carlos Cunha, saltou da sua dourada cátedra para falar ao Povo, convenhamos com a vos altamente embargada, não pela emoção, mas sim pela maçada que tal tarefa lhe terá causado.

Explicou sobranceira e presporrantemente, que o resultado das suas sociedades de desenvolvimento, está na obra feita.

Porém não explicou a que obra se refer, pelo que se pergunta a qual se terá referido, se por acaso se referiu a alguma;

- Heliporto do Porto Moniz, que nunca funcionou nem nunca há-de funcionar, por insuficiencia fisica ?

- Marina do Lugar de Baixo, leia-se, as ruínas do calhau do Lugar de Baixo ?

- Túnel da Ponta do Sol, actualmente adaptado a armazém e estacionamento ?

- Parques empresariais, leia-se, nove locais terraplanados, com electricidade, destinados à pastagem de gado e "fornicanço de namorados" ?

- Centros Civicos, leia-se grandes edificios, quase todos encerrados, sendo que os que estão abertos, servem meia dúzia de pessoas ?

- Campo de golfe do Porto Santo, cuja despesa em água baterá todos os records do "Guiness", para além de se tratar de uma estrutura altamente deficitária ?

- Centro de artesaneto do Porto Santo, leia-se armazem de mercadorias, sem qualquer interesse e muito menos retorno ?

- Centro de artesanato de Santana, leia-se armazem onde guardam aparelhos e maquinarias sofisticadissimas, destinado a um público que nenhum interesse tem por este esgoto financeiro ?

- Penedo do Sono, leia-se, local onde o Vice e seus canpangas treinam boxe na cara de Senhoras e outros incautos ?

- Promenade até Camara de Lobos, leia-se caminho de cabras, que em alguns sitios nem cabras podem passar ?

- Aquário e centro de ciencia do Porto Moniz, os quais passam dias sem vender uma entrada. Aqui excepção para a lancha de apoio ao Aquário, que muito tem deleitado o Sr Farinha e amigos, através de grandes passeios e pescarias ? Etc. etc. etc.....

Ainda querem mais ?

Pois é, a obra está feita, só que os únicos benefeciados com a mesma, foram tão só os seus construtores e respectivos algozes comissionistas, os quais estão actualmente todos ricos e felizes.

Para nós e nossos filhos, ficou somente a divida e montes de betão sem qualquer proveito e utilidade. É ESTA A OBRA QUE O ARROGANTE E INCOMPETENTE DO SR. VICE NOS DEIXA.

Anônimo disse...

É verdade o Sr. Vice presenteou-nos hoje com uma sua pública intervenção.

Mostrou-se surpeendido e preocupado pelo facto do Acórdão do TC, ser do conhecimento público. Disse mais, que já sabia do Acórdão hà cerca de três meses e muito estranho achou, que o seu conteúdo fosse simultaneamente tornado público em diversos diários do País. Com aquela voz melosa (ou será bananosa) terminou considerando que se tratou de uma coincidencia estranha.

Quando será que alguém ensina definitivamente este Senhor, que a coisa pública é do interesse de todos e que, como tal, nem este Senhor, nem outrém na gestão da coisa pública, tem o direito de esconder dos seus legitimos interessados, assuntos deste teor ?

É incrivel como esta gentinha do poder, tratao Povo Soberano. O Povo que lhe paga os seus voluptuosos salários.

Sr. Banana, o tempo do Colonialismo já passou, assim como a safra milionária da banana.

Acompanhe o progresso e faça o mesmo...para um sitio onde possa gastar à vontade as suas reconhecidas mais-valias...não faça como o seu colega Machiqueiro (o Tal do Tribunal Popular que virou pêpêdêcáomeu)que escondeu dentro do armário que o carpinteiro ia consertar...Isto é tudo uma pouca vergonha...Haja Justiça para tamanhos criminosos.

Anônimo disse...

Ao invés de andarmos aqui a denunciar pontualmente as falcatruas dos nossos governantes, iniciativa de resultado zero, deviamos era obrigar esses ditos governantes, que desprezam a comunicação social e pior, a Assembleia Regional, conforme ontem o afirmou de viva voz o Sr. AJJ, serem confrontados na Assembleia ou noutro forum (AJJ gosta muito de referendos, porque segundo este insigne mestre da ciencia politica, é nos referendos que se legitima a verdadeira democracia) de forma a explicarem sucinta e objectivamente a canalização dos dinheiros públicos, nomeadamente as contas das famigeradas sociedades de desenvolvimento.
TEMOS ESSE DIREITO E DEVEMOS EXERCÊ-LO, SOB PENA DE NÃO CHEGARMOS A TEMPO DE EVITARMOS MALES IRREVERSIVEIS.