domingo, 31 de agosto de 2008

Teoria do condicionamento

O juiz Baltasar Garzón anda metido em trabalhos. Meteu-se com a zona franca. O que quer dizer que se meteu com a Madeira. O que significa que se meteu com o dr. Jardim. Nada mais perigoso. Arrisca-se agora a levar com um processo judicial. Está na iminência de ser denunciado perante as instituições internacionais de justiça. Corre, enfim, o risco de provar a ira ofendida de sua excelência o nosso senhor presidente.
Se calhar, o juiz Garzón pensava que podia tratar o dr. Jardim como tratou o decrépito ex-ditador e já falecido marechal Pinochet. Pois enganou-se. O dr. Jardim está longe e bem longe da decrepitude. Ainda é vivo para sua e nossa alegria. E não é nenhum ex-ditador.
Troquemos então a história por miúdos.
Informa a última edição do Sol que o célebre magistrado judicial espanhol persegue actualmente um determinado ramo da máfia russa. Ao que parece, as diligências que já efectuou levaram-no até à zona franca da Madeira. De maneira que pediu às autoridades portuguesas licença para investigar as eventuais operações da dita máfia no off shore do nosso imenso orgulho e quase nenhum proveito. E aqui começaram as chatices. O dr. Jardim não gostou do abuso. Ficou furioso por lá fora não se ter ainda percebido que a Madeira não tem que prestar contas a ninguém. E, assim em jeito de final de conversa, foi advertindo que quem se mete com a zona franca leva.
Presumo que depois disto o juiz Baltazar Garzón há-de ter finalmente percebido que o alcance permitido das suas diligências pára na Ponta de São Lourenço e só é retomado para lá da Ponta do Pargo. Já não era sem tempo. Só foi pena ter sido preciso tirar do sério o nosso atento líder. Ainda por cima em tempo de férias. Francamente. Não havia necessidade...
É claro que a leitura da notícia do Sol não permite concluir que o magistrado espanhol esteja preocupado com a Madeira. Mas isso, claro, é um mero e insignificante pormenor. Porque, pelos vistos, qualquer criminoso que por cá passe goza daquela imunidade transitória que na Idade Média se concedia aos delinquentes em período de feira franca. Não se sabe por alma de quem. Mas goza. Pelo menos, a avaliar pela destemperada e imprudente posição do dr. Jardim.
Eu tenho para mim que a reacção do nosso presidente tem um certo quê de pavloviano. Fala-se da zona franca e ele saliva. Pronuncia-se a palavra Madeira e ele morde. Não passa de um reflexo, em suma. Porém, condicionado. Só gostava era de saber por quê e por quem.
Bernardino da Purificação

4 comentários:

Anônimo disse...

Reflexo condicionado...? Seguramente do diferentemente ensaiado pelo Russo, Pavlov...!

Esse ao menos ensaiava as suas teses através dos canídeos.

Acontece que os tais canídeos "Pavlovianos" já não existem actualmente...!

Será que face ao seguro fenecimento de tais quadrúpedes, esta bela Região (também conhecida pela tal de povo superior)foi benefeciada por esses detentores, (independentemente dos números de patas utilizados que os mantém altivos e sobranceiros)capazes de assegurar as "verdades" da nossa misáeria ?
Vejam a diferença entre o verdadeiro PIB Açoreano e o "mafioso" PIB Madeirense ?
Vejam a diferença entre a grande categoria da afirmação do Presidente da SDM e a tresmalhada reacção do AJJ ?
Quem tem medo de quem ?
A verdade ?
A Justiça ?
A realidade material dos Factos ?
E por falar em realidades materiais, onde pára a famosa "LUPINUS SGPS", constituida pelo BES, da qual derivaram diversos e frutiferos rebentos para o BRASIL ?
Será que o TROPA (à partida alheio ao que se passa na CASA PIA) e sua elite, saberão desvendar tal mistério ?
O Povo Madeirense ( não o SUPERIOR evidentemente) tem o justo direito de saber o que se passa.

Anônimo disse...

Aos autoreconhecidos Veneráveis Chefes do Povo Superior, dedico-lhes o mágico verso do meu querido e grande Amigo, Martin Guia;

"Ao Chefe do Mar


Meu Chefe do Mar,
estamos quase a acabar !

Fugindo, fugindo vão os marinheiros,
nem velas, nem ondas, nem tão pouco mosteiros !

Fui dono do Além, fui patrão do mar
e construí catedrais para comemorar !

A lota está fechada...
...nem limos nem peixe,
nem frota, nem nada !

Morrendo, morrendo vão os marinheiros na maré que vaza
sem peixe, sem pão, sem luz e sem casa !

já fui gente, hoje sou ninguém,
agora estou nu, já estive vestido,
já vivi bem, hoje sou perseguido,


vazo com a maré que vai e não volta,


e, que tu, Chefe, vás à minha frente


como Chefe da escolta !"


Obviamente para os poucos que sabem ler...e também pensar...!

amsf disse...

A ETA e a Al-Qaida ganharam um aliado contra o juiz Garzon! Quem diria que o AJJ chegaria a este ponto!!

Anônimo disse...

Já que o Juiz Garzon, somente amedrontou o Ché Ché Pinochet, tendo praticamente venerado o déspota do Fidel (esse que, como poucos mais, se mantêm no soberano poder), demonstre que, para além de conhecido na RAM, passa a ficar conhecido na história da RAM.

E mai não digo, dado que pouco peço...!