sábado, 10 de janeiro de 2009

O regresso da fábula dos porcos

Apesar de alguém andar fraternalmente a pedir o troco devido, vou continuar a optar pela via da contenção. Compreendam. Recuso chafurdar nas pocilgas que dão guarida aos arteiros desta vida. E consigo encontrar alguma gratificação no facto notório de alguém andar acometido de repentinos sobressaltos. Pelos vistos, nada como um bom susto para fazer saltar dos improváveis pedestais que ocupam uns quantos cavalheiros atormentados. Bem vindos, pois, ao terreiro da luta. Sintam-se em casa. Desfrutem. E votos sinceros de que haja por aí aprovisionamento suficiente de sais de frutos.
Não ignoro que os espíritos não-beligerantes são quase sempre incompreendidos. Considero-me assim suficientemente advertido para o facto dessa treta da não-beligerância poder ser confundida com a tibieza pura e simples. Como imaginam, não vou discutir o assunto. Não só porque a dúvida faz parte do jogo. Mas sobretudo porque sei que entre o medo e a ousadia há uma linha muito mais ténue do que podem supor os ditadorzecos de aldeia, e respectiva corte de vigilantes, que possam cirandar por aí. Mesmo considerando o arsenal de intimidação que têm ao seu dispor. E mesmo sabendo que eles não sabem, tão ofuscados andam com o unto oleoso do seu brilho, que a força bruta às vezes também se combate com recurso à força bruta.
Pretendeu alguém convencer-me que o modestíssimo autor deste blogue terá sido subtilmente ameaçado um dia destes. Palavra que o ingénuo que ele é teve e tem dificuldade em admiti-lo. Em primeiro lugar, porque não conseguiu enxergar qualquer ameaça. Em segundo, porque é incapaz de creditar qualquer laivo de subtileza ao trogloditismo militante e relapso que usa assentar por cá a porcina chafurdice dos seus arraiais. Não estranhem. A subtileza é descendente directa da inteligência. Ora, acontece que a fauna anafada que por aí anda desistiu há muito de dar corda ao intelecto. Basta-lhe, pobre dela, a arteirice. Ainda assim, registo a advertência. Nesta espécie de acta que encerro e assino. Bem ao contrário das que jazem delituosamente assinadas e abertas o tempo que exigem as jogatanas do costume.
Bernardino da Purificação

5 comentários:

Anônimo disse...

Bravo meu Caro Bernardino. Realmente a subtil arte da sua escrita, jamais deverá ser desperdiçada em resposta a criaturas que desde sempre se encontram de costas voltadas para a vida.

Contemporizemos com estes agentes do infortúnio e reconheçamos que desde cedo órfão e mais tarde parceiro forçado de uma "chaleira", não é certamente tarefa fácil.

Dê-lhe liberdade de latir o que lhe vier na alma, até porque seguramente as actas de um destes anos, vão ser definitivamente encerradas sem a sua assinatura.

Anônimo disse...

A emissão de opiniões "não alinhadas" é coisa que que põe fora de si os mentores do diktat dominante.
No Continente,levantam-se as vozes indignadas do PSD pela recusa de debate de José Sócrates com Manuela Ferreira Leite; moral e politicamente,com e sem autoridade.
COM,por óbvia subversão da praxis democrática;
SEM,pela mesmíssima razão,relativamente ao reiterado destempero com que,o mesmo PSD,sistematicamente,enxovalha a Oposição,também, democraticamente eleita.
Vergonha é coisa que não paira,em indivíduos desqualificados,por muito engravatados que se exibam.
Há quem os classifique como os Novos Vendilhões do Templo...

Anônimo disse...

Não percam mais tempo com esta desprezivel criatura...os designios de Deus, vão levá-lo pelo seu reconhecido mau senso, ao epílogo normal que a história dedica aos nossos "trastes".

Paz à sua alma.

Anônimo disse...

Lançar mão de todos os meios de coacção ao seu alcance é prática corrente do poder instalado. Nâo tenho qualquer relutância em aceitar que as "forças do Béria" em exercício tenham chegado à identificação do Bernardino. Tão pouco estranho que, se isso aconteceu, a ameaça terá sido efectivada pelo recurso à força bruta sem subtileza. Comportamentos como o seu, Bernardino, pagam-se caros.

Anônimo disse...

Caro Bernardino:
Não utilize o seu precioso tempo com gente que a única coisa que sabe fazer é masturbar-se, e ainda por cima dessa maneira.
Relativamente às célebres actas é questão para dizer: onde paira o célebre "independente Diário de Notícias do Funchal? O Ministério Público? e o Sr. Silva?