O representante político de duzentos e cinquenta mil accionistas resolveu dizer de sua justiça. A empresa de que somos todos sócios não acerta nas opções. O core business que era suposto que tivesse ocupa um lugar secundário nas preocupações da administração. E, em resultado disso, os desaires começam a ser mais do que muitos.
No caso, o dito representante é o dr. Jardim. Os accionistas somos nós, os contribuintes da Madeira. A empresa é o Marítimo. E a administração da coisa é aquela simpática malta que, por vontade expressa do mandatário do sócio pagante, alimenta a vaidade e os bolsos à custa dos impostos de todos e da paixão clubística de alguns.
Ora, pelos vistos, o dr. Jardim acaba de descobrir que a sua relação com o futebol profissional não é coisa que se recomende por muito mais tempo. Façamos um esforço e entendamos o facto. Essa relação só lhe serve se lhe puder render qualquer coisa. Mas como o futuro se afigura mais ou menos negro, a rendibilidade do investimento que faz com o dinheirito do zé pagode ameaça parecer nula.
Chamo a atenção para o verbo que utilizei. O dr. Jardim não ignora que o retorno da despesa que obriga o nosso erário a fazer com o futebol profissional é totalmente inexistente, absolutamente nulo. O seu problema é que agora, para além de ser, passou também a parecer. O que quer dizer que para além de nulo está agora a chegar ao ponto de lhe ser politicamente inconveniente.
Sabem. O dr. Jardim pertence à escola cínica da política. Se às aparências puder acrescentar resultados, óptimo, que assim todos lucram. Mas se os resultados se revelarem incompatíveis com as aparências, pois então que se lixem os ditos, que a sobrevivência política depende muito mais da subjectividade de quem vê do que da objectividade do que está à vista.
Façamos um pequeníssimo exercício. Todos os anos são descarregados na Madeira umas boas mãos cheias de jogadores de bola. Ninguém, em bom rigor, conhece os critérios de recrutamento. Do mesmo modo que ninguém conhece o saldo resultante das constantes idas e vindas desses aspirantes a profissionais de futebol. Diz quem sabe que esse movimento gera comissões mais ou menos avantajadas. Mas não há quem seja capaz de garantir que o Marítimo esteja a ganhar o que quer que seja com a prática continuada desse tipo de operações. Nem financeira, nem desportivamente. Ao ponto de se poder dizer, sem exagero, que as carradas de jogadores, que por cá arribam todos os anos, outra coisa não fazem que não seja a transferência de recursos financeiros que são nossos sabe-se lá para que destino.
Não obstante tudo isto, o dr. Jardim veio agora a público demarcar-se apenas da política desportiva posta em prática pelos gestores públicos que legalmente são os administradores do Marítimo. Pelos vistos, não se preocupa com a gestão financeira. Como se alguma empresa futebolística pudesse desenvolver uma política desportiva sólida assente numa base financeira pouco clara, gelatinosa, e eternamente dependente de recursos que não lhe pertencem, como são, no caso em apreço, os nossos queridos e suados impostos.
Eu não quero cometer a injustiça de pensar que o dr. Jardim não percebe que a aventura político-futebolística em que nos meteu tresanda a coisa pouco sã. O problema é que ao evitar essa injustiça arrisco-me a cair numa outra porventura ainda maior. Como é, por exemplo, a pouco simpática ideia de que a participação da Região na Marítimo SAD pode ter objectivos que pouco ou nada têm que ver com o desporto ou com o fomento da prática desportiva.
Dito isto, não posso deixar de acrescentar uma nota final. No fundo, para constatar a ausência de uma posição clara dos partidos da oposição sobre a matéria. É curto e vago arremeter de vez em quando contra o financiamento público do futebol profissional. Gostava de ver aplicada nesta questão a acutilância que todos revelam relativamente ao desvario despesista das sociedades ditas de desenvolvimento. Não é isso que ocorre, porém. Como se a paixão clubística lhes metesse medo. Ou como se o esbanjamento em obras inúteis não fosse tão condenável como outro esbanjamento qualquer.
Bernardino da Purificação
10 comentários:
É obvio que o dr Jardim é proxenata político dos clubes de futebol. Não o faz apenas ao Marítimo. Ao entregar-lhes dinheiro que, espero eu, um dia o MP (não a Mocidade Portuguesa em que S. Ex.a se notabilizou um dia)esclareça como e onde foi gasto quis transformar em votos através da correia de transmissão que os comissários políticos por ele impostos manobravam. O Dr. Jardim é tanto do Marítimo como é do Câmra de Lobos. Intitula-se maritimista por isso lhe traz mais votos. Basta ver-se que ao promover proliferação de clubes por Lombos e Fajãs retira adeptos aos jogos das prinicipais equipas.
O que é o MARITIMO ? A resposta é simples e transparente, o Maritimo trata-se de um clube, sem qualquer planificação ou gestão financeira, o qual visa futebolisticamente protagonizar-se na primeira liga, à custa do erário regional, suportado pelos já explorados madeirenses.
Não tem escolas.
Nunca deu futebolistas juniores que tivessem rendido qualquer chavo.
Nunca gerou qualquer etorno ao enorme despesismo assumido.
Limitou-se a gerar milhões para treinadores, jogadores, mediadores e presidentes, sem escrupulos.
PioR, virou as costas ao seu financiador GR e constituiu "off-shores" a torto e a direito, PARA ROUBAR E VILPENDIAR O ESTADO PORTUGUES E A REGIAO AUTONOMA DA MADEIRA.
Não passa de um antro de gatunos analfabetos e criminosos.
Faça-se Justiça, o Dr. AJJ merece uma estátua na sua sede de troféus.
O Sr AJJ, devia preocupar-se era com o cumprimento da Lei.
Consta que até seus familiares muito proximos, também comungaram dos beneficios do "Off-shore" instaurado nesta histórica colectividade, por esse burgesso do "areeiro".
E depois ainda têm a distinta falta de vergonha em falar na vida e prática do Ex.mº Sr. Engº Rui Alves.
Pois é, não tivessem a tabuainha de salvação do também sem vergonha do AJJ e a realidade seria outra.
Onde pára a Policia ?
o m.p. devia investigar apenas
- chefes de gabinete da cmf e da v-p do gov
- rui alves e nacional
- ricos do ps-m.
Muito gostaria de acreditar que muito daquilo que aqui se escreve, não passa de uma atoarda própria de pessoas menos sérias.
Porém com o andar do tempo, tenho infelizmente verificado que afinal, muito daquilo que aqui se escreveu e comentou, é mesmo verdade.
Sinceramente, qual o futuro dos meus filhos que tanto me custaram a educar de acordos com a educação que herdei dos meus antecessores. Onde estão os valores da moral, da solidariedade e da nossa cidadania ?
Foi para isto que carregados de esperança na boa fé dos nossos então candidatos, eu e tantos mais outros, perdemos o nosso rico tempo em campanhas e eleições idiotas ?
Já me sinto como o poeta "...faltam-me as palavras, meus estupores..."
Pois é, o meu Maritimo, colectividade de história e prestigio desta Madeira, anda agora jogado nos cantos do Tribunal, pelo simples facto de se encontrar gerido por Senhores que não respeitam a lei.
Um deles, o tal que representa a quota do GR da RAM, em tempos quando fiscal de finanças, vendeu o erário publico por muito menos de trinta dinheiros.
O GR, tem conhecimento desta situação. O Tribunal também. Todo o mundo sabe que isto é verdade.
Porque espera o GR ? Pela prisão do dito cujo
Concedendo que a afirmação atrás referida é verdadeira, o que espera o Sr. Presidente do GR ?
Ou será que o homem tem dois pesos e duas medidas, umas para os seus interesses e amigos e outras para os dito da oposição, para os quais de boca cheia, afirmou ontem que os seus deputados não lhes votarão uma medida que seja.
E já agora, esses deputados, porque não vão de férias, se alguma vêz trabalharam e passam procuração ao Democrata do AJJ, para livremente decidir em nome deles?
É que era tudo muito mais fácil e muito mais barato...mormente agora em tempos de crise.
Sinceramente, isto não é um circo, isto é miserável, vergonhoso e escandaloso e o grande culpado trata-se do Sr. Cavaco, o tal de Sr. Silva, que ao que parece, nem em casa manda. Ganda Maria...!
Bernardino, pena de não o conhecer...parabens...Você afinal trata-se daquele famoso "bálsamo" que o doente invisual do Dr, Sampaio, descobriu no DN-Madeira do Papadas.
HOMEM receba o meu abraço em sinal da grande consideração que nutro pela sua corajosa LIBERDADE.
HOMENS como você, têm seguramente a necessária capacidade de repôr a legalidade que todos os MADEIRENSES de respeito, bem merecem.
Um grande Bem Haja a este Madeirense, pelo livre exercicio do seu direito de cidadão deste Grande e Respeitoso País
MARITIMISTAS de bem, uni-vos e ordenem a entrega das instalações deste histórico clube, a quem merece de pleno direito.
Rua com os parasitas, analfabetos e criminosos que se encontram na direcção.
Com esra Direcção, não tenho dúvidas que terminaremos o presente campeonato de cócoras.
Viva o areeiro !
Viva o sem vergonha do Nóbrega representante da SAD !
Viva o incontornavel e inegável AJJ !
Postar um comentário