Depois de uma patética disputa sobre direitos de autor com Luís Filipe Menezes, o dr. Jardim desapareceu. Se calhar, estamos perante uma inflexão táctica. A presença continuada no espaço mediático cedeu o lugar ao toca e foge da guerrilha. Mas algo me diz que o mais certo é o homem andar enfadado com a vida. Desde logo porque deve estar fartinho até dizer chega das criaturas que por seu intermédio chegaram ao governo ou são deputados. Depois porque não ignora que o fim do seu prazo de validade está aí não tarda nada. E o ambicionado lugar de recuo não há maneira de aparecer.
O dr. Jardim parece viver um drama existencial. E sendo ele a figura central da nossa política doméstica, as agruras desse drama acabam por fundir-se com ela. Condicionando-a. Impondo-lhe os ritmos. Marcando-lhe a agenda.
A verdade é que quem olha para o dr. Jardim não pode deixar de pensar na melancólica cantiga do falecido e igualmente exótico António Variações. Ele está aqui mas apetece-lhe estar acolá. Faz isto mas gostava mais de fazer aquilo. Tem uma vidinha assim, mas adoraria ter uma vida assado. De maneira que a política madeirense anda ao sabor dos estados de alma do senhor presidente. Quando cá está todos se esforçam por fingir que as coisas funcionam. Mas, como as ausências são cada vez mais frequentes, a paralisia vai tomando conta da governação.
Já se percebeu que nos dava jeito que alguém pusesse isto a mexer. Com vontade de fazer coisas apontadas ao bem comum. E com a intenção genuína de atalhar e resolver problemas. Mas isso, já se viu, não parece ser coisa que possamos ver ao virar da esquina. De modo que o resultado é assim um cocktail onde se cruzam, em mistura explosiva, o estatismo puro e duro, uma curiosa, serôdia e indizível espécie de leninismo laranja, e um liberalismo à moda da casa que dá rédea solta a uns e aperta os calos a quase todos.
Se me permitem a confissão, quase tenho saudades do tempo em que o jardinismo chegou a ser projecto, foi acção determinada, e deu um safanão no modo de vida da ilha. Sejamos, no entanto, realistas. Essa coisa já não existe. Há por aí um cadáver político que se esforça por aparentar semelhanças, mas que, desgraçadamente para ele e para nós, não consegue ir além disso. Nada, é claro, que a vida não venha um dia a resolver. O pior é que até lá vamos tendo a nossa política transformada em mausoléu.
Bernardino da Purificação
12 comentários:
O Dr. Jardim encontra-se totalmente consciente de que o seu prazo, há muito expirou.
Daí não saber o que melhor fazer.
Insurge-se contra aqueles que reconhecem o "Açoriano Pauleta" e desconhecem a qualidade de "madeirense" ao Ronaldo.
Depois, quando pode fectivamente brilhar ao pé do Ronaldo, vai da abalada para uma qualquer festarola no Norte do País.
Realmente a bota não cruza com a perdigota.
Respondam lá os "bruxos", quanto tempo vão deixar o homem fazer que faz, mas realmente nada faz ?
Estão todos lembrados do tempo em que o Salazar despachava só para a imagem e satisfação do seu entorpecido ego ?
Tenham piedade, libertem o homem deste presídeo.
Tal como Salazar, AJJ está a cair da cadeira, só que muito lentamente!
Socorro...será que existe alguem que altruisticamente ajude o pobre homem a colocar termo a tão penosa missão ?
Não há dúvida de que o homem está a cada dia que passa a perder Qualidade.Agora é para regenerar os partidos politicos,esquecendo-se o homem que já deveria se regenerar a si próprio.É de perguntar,onde andam os jovens social-democratas Madeirenses?Será que durante estes anos todos ainda não arranjaram quadros para dar uma lufada de ar fresco à politica e governação regional do seu próprio partido?Até quando vão ser subservientes ao chefão AJJ?
AJJ tem um problema enorme, o seu prazo está a chegar ao fim e ele não sabe viver sem poder.
Não conseguiu o salto para a ribalta nacional e não conseguiu que fosse criado o cargo "encomendado" à sua medida: presidente da Madeira.
Sabendo que vai continuar a mandar a partir dos bastidores, no PSD e governo, por mais algum tempo, se logo após a sua retirada, os "rapazes" do seu partido, não promoverem uma guerra civil pelo poder e esfrangalharem tudo; não era esta a reforma que AJJ desejava.
Esperemos pois por 2011 se desta vez cumprir a promessa.
A criatura em causa, tem um ego do tamanho do mundo, o qual coabita há alguns anos com a sua reconhecida esclerose múltipla. Será legitimo alimentar expectativas quanto a uma solução pacifica, face a este horroroso quadro clinico ?
Desistam todos aqueles que ainda acreditam em milagres, e começem a pensar num SOS internacional, do tipo daqueles em tempos lançado pela Xanana, durante a ocupação de Timor.
Quantos aos jovens, delfins ou qualquer outra coisa parceida ou semelhante, esqueçam também, os ditos encontram-se todos entretidos a jogar o "monopolyo" com as notas verdadeiras dos seus reles mamanços.
Esta é que é a dura e crua verdade...o resto não passa de tretas!
Esclerosado...? Concedendo da veracidade de tal afirmação, qual o destino que o dito, mais o "banana" e restantes algozes, deram ao quarto reservado no Savoy e actualmente no "Porto de Santa Maria" do Beleza Trindade ?
Não me digam que os ditos, inverteram o rumo. Ai que lindo não será, vê-los agachados à procura de nada no soalho.
Penso que deverá ser o maximo.
Por falar em "Mausoléu", quando é que o nosso heterónimo Bernardino da Purificação, deita mão aos seus reconhecidos ensinamentos de materialismo dialético e deita esta dito "mausoléu" ao chão, de forma a nascer outro mais evoluído no seu mesmo local ?
Ter-se-á finado o nosso simpático anfitrião ?
Finado...quem o da Purificação ?
Finou-se mesmo...! Quem diria, tão cheio de energia...!
No lo creo, el hombre de Purificacion se ay finado, pero que és finado, és lo mismo que morrido ?
Entonces qui es la diferencia ?
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