O dr. Jardim é assim: quer ir embora, mas ao mesmo tempo quer ficar; e promete não indicar sucessor, ao mesmo tempo que se entrega ao esforçado deleite de ir metodicamente eliminando todos aqueles que, segundo ele, não encaixam no perfil de cargo que ele e só ele moldou.
Os madeirenses têm sorte: não precisam de se preocupar com a maçada da escolha do futuro presidente do Governo Regional. Jardim himself há-de encarregar-se da selecção, bem como da posterior eliminação, dessa curiosa fauna formada por pretendentes, aspirantes e candidatos, até ficar apenas o chosen one, isto é, aquele que o líder do povo elegerá.
Confesso que gosto do método. O povo não será havido nem achado porque simplesmente, e ao contrário do que diz a cantiga, é Jardim, e não o povo, quem mais ordena. E assim se há-de cumprir a Democracia.
É claro que entendimento diferente deverão ter os integrantes da simpática fauna atrás descrita. Até porque, a cada dia que passa, o dr. Jardim vai elevando a fasquia da exigência para níveis quase proibitivos. Ao ponto de ter já chegado ao exagero de achar que o seu sucessor não pode ter rabos de palha no que diz respeito à sua vida económica e pessoal!
Mas, queiram ou não, é assim que vai ser. Para alegria do dr. Jardim, bem como de todos os que, como este que do Terreiro da Luta vos fala, nele confiam para nos ir resolvendo os problemas e livrar de maçadas.
Só há uma coisa que, tenho de admiti-lo, não percebi muito bem: por que razão teve o dr. Jardim necessidade de afirmar o óbvio? Será que, durante todo este tempo, têm andado a perfilar-se candidatos com os ditos cujos de palha na sua vida económica e pessoal? Será?
Bernardino da Purificação
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