1. Albuquerque fartou-se do tabu à moda de Jardim e passou ao ataque. Ainda ninguém lhe disse que sim ou que não, mas ele já sabe que é candidato a um novo e último mandato da CMF. Não tem assento no órgão do partido com poder deliberativo sobre a matéria, mas já decidiu que vai a votos com a equipa que actualmente o acompanha. Quanto ao dr. Jardim, ele que vá dar uma voltinha, mais a sua estratégia de gestão do silêncio e do tempo, que ele, Albuquerque, tem mais que fazer do que ficar eternamente dependente de caprichos ou planos alheios.
Decididamente, as coisas no PSD já não são o que sempre foram. A vontade soberana do chefe já teve melhores dias. E agora das duas uma: ou o dr. Jardim engole a afronta, procurando integrar o voluntarismo de Albuquerque na estratégia do partido, ou abre uma brecha na pretensa unidade do dito. Juro que não é por maldade. Mas dá-me um certo gozo imaginar o dr. Jardim furioso e à rasca, sem saber se deve dar um murro na mesa, ou se deve fazer de conta que o assunto não é com ele. Sabem. As lideranças eternas têm às vezes percalços assim. Instalam-se no tempo, e acabam por esquecer que tudo na política tem um prazo de validade. Até a eternidade.
2. Consta que os sócios do Marítimo autorizaram a direcção a prosseguir os trabalhos com vista à transformação do estádio regional dos Barreiros em arena futebolística verde-rubra. Achei graça à notícia. Meia dúzia de cavalheiros resolveram decidir sozinhos um assunto que os ultrapassa. Como se a Madeira e o Marítimo se confundissem. Ou como se a assembleia-geral de um clube tivesse direitos de representação de todos os madeirenses.
Insisto nesta ideia. Para mal dos nossos pecados, somos todos sócios à força e contribuintes líquidos obrigados de uma sociedade anónima desportiva. Não obstante, as decisões que nos dizem respeito são-nos literalmente subtraídas por um órgão em que não participamos. Como sou leigo em leis e parco em ideias, já me perguntei se uma providência cautelar ou uma acção popular poderiam contribuir para pôr esta gente na ordem. Mas como a ignorância nada me responde, atrevo-me a pedir a algum dos meus solícitos leitores a graça de uma resposta.
Compreendam. Por um lado, maça-me profundamente que o senhor Pereira-presidente-do-Marítimo, em quem nunca votaria para coisa nenhuma, entenda que tem o direito de usar e abusar dos meus direitos de cidadania. E aborrece-me solenemente, por outro, que se pretenda confinar à assembleia-geral de um clube de bola, por mais respeitável que seja, uma decisão potencialmente lesiva dos interesses paisagísticos, ambientais e urbanísticos da capital da Região.
Pode ser que esteja a ver mal o problema. Mas acho que chegou a altura de explicar a esta malta que até na Madeira há muito mais vida para além dos interesses da bola e dos caprichos de quem manda.
Bernardino da Purificação
3 comentários:
e o nacional...?...
Obviamente que ninguém acredita, muito menos o nosso brilhante anfitrião, que o Dr. Miguel Albuquerque, algum dia, teria ods "ditos necessários" para afrontar o seu Chefe.
Nunca os, teve, não os tem e jamais os terá.
Esta sua alegada "antecipação" foi oviamente concertada com o Chefe. E quem não pensa assi, desengane-se já.
O Maritimo está realmente pedindo uma imdediata impugnação judicial das suas recentes e brilhantes deliberações. Para já contam com um aderente a tal iniciativa
A auto-proposta candidatura do Dr. Albuquerque, à frente do actual elenco camarário para novo mandato, é no mínimo curiosa. Não acredito que haja concluio entre Jardim e Albuquerque, conforme alvitra um comentarista.
AJJ sai fragilizado da posição assumida pelo Pres. da CMF. Pretendendo AJJ substitui-lo,caso o faça a partir de agora, os custos políticos são elevados. O autarca, seguindo o populismo e a demagogia do Chefe,tem eleitorado próprio. Manda, o bom senso que não se desperdissem votos logo, num concelho sempre difícil psra o PSD,depois daquilo que disse Albuquerque, ou o recandidatam ou temos borrasca com "mar cavado". Albuquerque não participará na travessia Cais-Barreirinha!
Voltarei para falar do estádio dos Barreiros pois não sendo jurista como Bernardino tenho de olhar com cuidado o tema. Acrescento, porém, desde já que é minha convicção profunda que o tema andará na comunicação social até Outº. depois passará para 2º plano. Deixo um desafio, por que direi eu isto?
Postar um comentário